Mamadeiras, chupetas e badulaques

Não espere que seu filho cresça e diga que não quer mais a chupeta, é preciso que os pais tomem a decisão no momento certo.

A sucção é um reflexo, presente na vida do bebê desde sua vida intrauterina e é uma etapa que precede a mastigação.

A chupeta é um objeto transicional que permite ao bebê realizar esse movimento quando não está sendo amamentado e suprir sua necessidade psicoemocional, que muitas vezes não é plenamente satisfeita enquanto amamentado.

Mas, há que se tomar muito cuidado com o tempo em que o bebê passa com a chupeta, pois seu uso excessivo pode causar problemas anatômicos, ortodônticos, respiratórios e no desenvolvimento da linguagem. A criança ainda fica apática, passiva e não participa das atividades. Quando o bebê adormece, procure tirá-la.

Criança com chupeta na boca - Marcin-linfernum/Shutterstock.com

Quando o bebê demonstra o hábito de sugar o dedo recomenda-se tentar trocar pela chupeta, pois com dedos “sempre a postos”, será muito mais difícil conseguir que a criança deixe esse comportamento de lado.

Por volta dos dois anos de idade essa necessidade não existe mais. A criança que permanece com a chupeta após essa fase não está mais suprindo uma necessidade de sucção e sim mantendo um subterfúgio para continuar com o comportamento que na verdade é prazeroso.

Todos sabem da importância do aleitamento materno, mas por motivos diversos alguns bebês necessitam fazer uso da mamadeira antes disso.

O uso da mamadeira pode deixar a musculatura facial flácida, pois o bebê não necessita de muito esforço para sugar. Pode ainda ter mais gases pois a criança “engole” mais ar. Por isso, seu uso também deve ser descontinuado o quanto antes fazendo a transição para um copinho.

A maior dificuldade em abandonar o uso da chupeta e da mamadeira é que geralmente elas vêm relacionadas com algum badulaque (os famosos objetos transicionais): bichinhos, paninhos, travesseiros, etc. Eles são os “pais” quando ausentes e por isso tão importantes ao ponto de não se separarem nem para que o objeto seja lavado, pois tem seu cheiro e é único e especial.

E agora vem a notícia difícil. Sim papai e mamãe o processo de retirada desses objetos tem de iniciar por uma ação de vocês. Quanto mais tarde isso ocorrer, maior será a dependência física e emocional da criança em relação a esses objetos.

Não espere que seu filho chegue um dia e lhes diga: “Mamãe, papai, preciso parar de chupar chupeta, ou não quero mais mamadeira”. Certamente essa atitude terá de partir do adulto, concordam? Então, como fazer?

Podemos negociar a troca deles por algo que a criança queira muito: um brinquedo, um passeio, programa diferente, ou ainda melhor: um momento de carinho da mamãe ou papai, um cafuné…

Épocas como a Páscoa e Natal também são boas para fazer essa tentativa, fazendo a troca com o coelhinho da Páscoa ou o Papai Noel. Mas Atenção! Se seu filho tem medo desses personagens não o force a isso, pois só irá piorar o processo.

Ao procederem com a retirada, não esmoreçam. Não se deixem cair em tentação para devolvê-los ao primeiro pedido de seu filho. A troca deve ser definitiva. Livre-se das chupetas e das mamadeiras. Não deixe aquela guardadinha no armário. A tentação será grande em pegá-la na primeira recaída.

Talvez tenham uma ou duas semanas difíceis, mal dormidas, mas só assim será possível extinguir o uso desses apetrechos.

Lembrem-se: apatia, acomodação, indiferença e conivência não são os caminhos certos para fazer nossos filhos felizes e saudáveis.

Karen Kaufmann Sacchetto

Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento;Especialista em Distúrbios de Aprendizagem;Psicopedagoga;Pedagoga;Consultoria pedagógica e Tutoria ed...

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