Existe, sim, vida e vaidade após a maternidade

Juntas de novo! Neste terceiro encontro vamos falar muito mais de nós do que dos nossos. Enquanto penso em nós (mulheres) e neles (os parceiros e os filhos) me dou conta que estamos em maio! E no nosso mês, todos lembram de nós… as mães! Que bom, vamos aproveitar porque comemorações quase sempre envolvem alto astral e ninguém está dispensando energia positiva nos dias de hoje. Parabéns, então, a todas nós, com nossas personalidades, perfis e diferentes caminhos.

Não há como tirar um tema da gaveta para a coluna enquanto os e-mails dos leitores chovem na caixa postal. Então, vamos unir a antiga idéia da colunista de não esquecer da bela mulher que somos antes, durante e depois da gravidez, com a história que a leitora Flávia Prista Santa Cruz nos mandou. Tema e personagem se encaixaram de primeira. Flávia é diretora de atendimento de uma agência de publicidade e tem um dia-a-dia agitado. É uma mulher prática, que ama a maternidade, mas que por conta disso não deixou de se cuidar, ao contrário, a experiência de ser mãe só aumentou seu desejo de se sentir bem e bonita. Seu bebê (a linda Carolina) nasceu há onze meses e Flávia se sente tão ou mais mulher do que antes. Põe em prática o que todas nós sabemos mas, por comodismo ou preguiça, não admitimos: existe, sim, vida e vaidade após a maternidade!

Conhecendo Flávia…

“Casei aos 31 anos e, para minha surpresa, já na cerimônia de casamento Carolina estava lá (com uns 5 dias de vida). Confirmei que realmente estava grávida de um mês, quando voltei da lua de mel… Sem dúvida, era o que faltava para completar a minha felicidade! Aliás, a nossa, pois meu marido e eu, sempre desejamos que nosso bebê viesse logo ao mundo!

Dividimos a nossa felicidade com irmãos, pais, avós, amigos e colegas de trabalho! A notícia foi uma grande festa, principalmente na família, pois dentre as minhas irmãs, faltava apenas eu – a mais velha – ser mãe.

Eu sempre fui uma mulher ativa. Trabalho diário e exercícios físicos todas as manhãs sempre fizeram parte da minha rotina. Durante a gravidez, não foi diferente… Todos os dias eu e meu bebê, Carolina, íamos a hidroginástica e em seguida, corríamos para o escritório onde ficávamos juntas trabalhando até a noite. Foi ótimo trabalhar com a minha Carolina na barriga! Os amigos de trabalho duplicaram a atenção comigo, todos sempre solícitos e cuidadosos com a minha saúde. Entre uma reunião e outra, eu e Carolina corríamos para o salão, pelo menos uma vez na semana, para que eu fizesse as unhas, sobrancelha, buço e… cabelo… Aliás, fiquei louca com meu cabelo, pois faço luzes e muitos diziam que eu não poderia continuar a pintar o cabelo durante a gravidez. Até que descobri uma tinta sem amônia e esta foi a solução para me manter super loira e poderosa como sempre!

A filha Carol

“Minha rotina é muito cansativa, trabalho com comunicação e eventos. Os eventos são esgotantes fisicamente… Não sabia se conseguiria me manter firme até os nove meses, mas tinha certeza que tentaria trabalhar o máximo que pudesse…

Firme, forte e bela fui até 37 semanas diariamente ao escritório. Depois, meu marido montou um home office para mim onde, de casa, mandava e-mails para os clientes e resolvia tudo o que fosse necessário.

No dia 10 de junho de 2006, com 38 semanas de gravidez, fui comemorar o aniversário de uma amiga em uma discoteca. Nossa, como a Carolina pulou! Acho que ela adorou o ritmo das músicas e as luzes coloridas do lugar. Naquele dia, falei para o meu marido que ela viria ao mundo… No dia 11, meu marido saiu para velejar de manhã e eu fiquei de cama com febre e me sentindo muito fraca. Peguei uma gripe e minha imunidade baixou. Na madrugada do dia 11 para o dia 12 de junho – dia dos namorados e dia em que comecei a namorar meu marido, Maurício, nasceu meu lindo bebê Carolina, de parto normal, sem dores e sem sofrimento. Eu sempre tive a certeza de que ela viria ao mundo de parto normal e procurei trabalhar isto na minha cabeça durante toda a gestação.

Hoje, minha “Lolipopi”, como gosto carinhosamente de chamá-la, está com 11 meses. É linda, fofa, saudável e esperta. É como eu sempre sonhei e como eu sempre pedi a Deus. Agora está começando a balbuciar “mama” e “papa”… Cada sílaba que sai da sua boquinha é uma emoção enorme que bate no meu coração”.

A profissão, o marido Maurício e… Auto-estima

“Eu me sinto muito feliz e muito realizada como mãe e mulher. Continuo como sempre fui, muito ativa e vaidosa. Trabalho; vou ao salão semanalmente; corro na esteira; faço aulas de ginástica, faço as compras, organizo a casa; oriento a Ana (babá da Carolina) e, principalmente, cuido da Carol e do meu marido, com muito amor, carinho e dedicação. Detalhe principal: ainda acordo à noite, duas vezes, para as mamadeiras noturnas… É cansativo, mas… Faz parte, a gente acostuma!

Ele, meu marido Maurício, fica louco comigo e acho que muito orgulhoso de ter ao seu lado uma “mãezona” e uma super mulher!”

Mãe também é mulher

Flávia é uma mulher comum e como todas nós trabalha muito para defender suas conquistas no mercado de trabalho, além dividir amor e atenção entre seu marido e sua filha. Na prática, os perfis de cada mulher que lê esta coluna são diferentes. Em comum é que cada uma de nós está sempre se dividindo em várias num só dia. Mãe também é mulher e tem que se gostar por essas duas coisas. Não dá para separar, nem tão pouco esquecer de uma em detrimento da outra.

Alertas de saúde e pequenas dicas de beleza

Exercícios

A professora de educação física e terapeuta corporal, Márcia Chaves, dá algumas orientações para quem acaba de dar a luz e já pensa em cuidar do visual. Mas vale lembrar que tudo tem seu tempo…

“Para iniciar uma atividade física, a mulher tem que ser liberada pelo médico. O tempo de resguardo pós-parto varia entre 30 a 40 dias. Uma vez liberada, a mãe deve começar com atividades moderadas. Nada de exercícios aeróbicos. Apenas atividades posturais e para o fortalecimento da musculatura do abdômen e bacia. Após 60 a 90 dias do parto, ela pode iniciar os exercícios aeróbicos, como caminhada e esteira. O fortalecimento postural feito anteriormente é necessário para que, quando iniciar efetivamente uma atividade física, ela não tenha nenhum comprometimento na coluna ou nas articulações. Mesmo assim, enquanto estiver amamentando, a atividade física deve ser de moderada a fraca, nunca máxima, porque se corre o risco de diminuir a produção de leite”, aconselha Márcia.

Alguns médicos recomendam a drenagem linfática manual (que pode começar até mesmo antes do parto). Ela ajuda na redução de edemas (inchaço), a eliminar as toxinas, na regularização da circulação, no retorno do funcionamento do intestino e no auxílio e prevenção ao endurecimento das mamas.

Pele, unhas e cabelos

Aqui, a dica é procurar alternativas às substâncias químicas. “Enquanto estiver amamentando a mulher não pode fazer tratamento clínico, nem interno, nem externo – inclusive o laser (que é recomendado para varizes e pequenas manchas) porque pode trazer manchas irreversíveis . Não são recomendados também procedimentos invasivos e não se administra substâncias químicas. É importante também usar filtro solar”, alerta Márcia. “As tinturas de cabelo também devem ser evitadas, prefira as não tóxicas. Uma boa solução para quem pinta o cabelo é fazer reflexo porque o uso da touca não deixa o produto em contato com a raiz do cabelo. É recomendável evitar, inclusive, esmaltes de unha”, diz a especialista.

Quem não está amamentando também deve ter cautela

Mesmo quem não está amamentando deve ter cuidado dobrado. “As alterações hormonais propiciam grande sensibilidade dos tecidos e do organismo de maneira em geral. Tudo o que a mulher ingere ou se expõe pode ter efeito nocivo devido ao caos hormonal que ela está passando nesse período. A mulher está muito sensível, amamentando ou não. Até os hormônios se harmonizarem e o corpo voltar ao normal leva um tempo”, esclarece Márcia.

Então, vamos respeitar.

Plástica

Dr. Eduardo Considera é cirurgião plástico e dermatologista. Ele lembra que é importante não interromper o período mínimo de amamentação (de seis meses a nove meses) antes de procurar um cirurgião de confiança. Medicamentos na corrente sanguínea da mãe passam para o filho através do leite: “O pós-parto é um período de dedicação total. Mas a mulher pode e deve se cuidar e se prevenir antes, durante e após a gestação”.

Existem muitos métodos para modelar de novo o corpo. É preciso pesquisar muito sobre cada um e procurar um profissional competente e com referências. Fique atenta. O cirurgião entrevistado dá algumas dicas e explica um pouco sobre alguns procedimentos. Mas, lembre-se, isso é só para que você tome conhecimento das possibilidades. Aprofunde-se!

“A bioplastia e o botox são conhecidos como plástica sem cirurgia. São procedimentos minimamente invasivos e podem ser feitos após o período mínimo de amamentação. Atuam na face, no contorno do rosto e no queixo. A bioplastia também tem a função de empinar o bumbum. Se o problema da mulher se encaixa nesse perfil, ela pode procurar o cirurgião seis meses após o parto. Para procedimentos mais invasivos, tem que esperar de nove meses a um ano porque o corpo ainda está retornando a forma antiga. Neste período ela pode ir se planejando com cuidados com alimentação, por exemplo. Passado este tempo, pode partir para procedimentos com cortes como plástica no abdômen para retirar o excesso de pele ou a hidrovibrolipo (técnica que elimina depósitos de gordura localizada). Está apta também para colocar silicone para elevar a mama, por exemplo. Mas tudo isso depois de passar por exames detalhados”, explica o médico.

Espelho meu

Ficar bonita é ótimo, mas não esqueça que pouco adianta cuidar da casca e esquecer o conteúdo. A beleza tem que ser nossa aliada e não um sofrimento. Vá à luta para ser poderosa e linda, mas também goste de você do jeito que é: pelo que pensa e pelos motivos que te leva a rir, chorar, vibrar, rezar, ouvir, dizer, calar…

Cuide-se sempre. Dentro e fora.

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