A importância do pai

A ausência do pai, ou referências do gênero masculino (assim como do feminino) pode trazer importantes impactos psicológicos às crianças

imagem Pixabay

Desde a gestação o pai, ou uma pessoa que seja referência do gênero masculino, como um irmão, tio ou avô tem um papel fundamental no desenvolvimento da criança. De acordo com o pesquisador Janari Pedroso, professor do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Pará (UFPA) a presença dos pais é fundamental para o bom desenvolvimento das crianças, independentemente do tipo de formação familiar: monoparental (apenas com um dos pais); nuclear (formada por pai, mãe e filhos); família extensa (quando tios, avós e primos passam a fazer parte do cotidiano das famílias); homoafetivas femininas ou masculinas, o que realmente é essencial é que este pai [ou referência do gênero masculino] esteja presente.

Sabemos, ainda, que todas as emoções vividas pela mãe na gestação influem diretamente no desenvolvimento da criança. Quando a mãe está feliz, ou triste, nervosa ou tranquila a criança também recebe esses estímulos, portanto, o pai ou companheiro/a da mãe, deve participar ativamente deste período, acompanhando todo o desenvolvimento, as consultas no obstetra, obtendo informações de como será a nova vida com a chegada de um bebê. Certamente, após o nascimento esses vínculos irão se tornar cada vez mais sólidos e significativos.

Quanto menor a criança, maior é a necessidade de referências das mais amplas possíveis e agir de forma coerente com os valores defendidos pela família. Essas referências sempre estarão presentes, até a vida adulta, entretanto, nos anos iniciais, os valores discursados e praticados têm um peso significativo. É importante que o pai ou companheiro/a disponha de um tempo efetivo para a criança, aquele tempinho para contar uma história, rolar no chão e contar as novidades do dia. É preciso exercitar essas atitudes para que esses momentos sejam ricos evitando as “babás eletrônicas” (TV, tablets ou celulares). Nada é proibido, desde que de uso moderado, todavia, nada substitui os momentos de conexão entre o bebê e seus pais. Mesmo que sejam curtos, mas de forte significado afetivo, esses momentos farão parte do desenvolvimento de uma pessoa saudável emocionalmente, afinal, esses minutos de intimidade são essenciais para criar vínculos e dar parâmetros de comportamento à criança.

Não se pode mais falar hoje, de um modelo de pai, pois muitos são os tipos de estruturas familiares. Tempos atrás, a família patriarcal era soberana. Bastava ao pai prover autoridade, segurança física e financeira – e pronto, seu papel estava sendo perfeitamente cumprido. Hoje, apesar de ainda remanescerem algumas famílias deste modelo a diversidade nas relações hetero e homoafetivas têm trazido novas possibilidades e desafios. A ausência de um dos pais (ou mães) pode trazer consequências psicológicas à criança, por isso, o diálogo, na linguagem apropriada para a idade da criança, sobre o que aconteceu e ressaltando que a criança não é a responsável por essa ruptura (ideia que as crianças alimentam com frequência) ajudará a minimizar o sentimento de ausência e rejeição. É sempre muito importante ter uma figura masculina, seja ela um novo companheiro da mãe, um tio, amigo ou avô, para que se tenham referências deste gênero (como do gênero feminino também).

Para o famoso “pãe”, que assume sozinho os cuidados com a criança, o conselho é: pais são tão capazes para lidar com a rotina da criança quanto as mães. O ponto mais importante é ter consciência da necessidade de referências do gênero feminino, também. Há que se pensar e sempre priorizar a criança. Mães e pais são vínculos eternos. Se houve uma ruptura, separação, ou a ausência permanente de um deles é imprescindível saber separar os motivos que levaram a isso dando prioridade ao bem-estar da criança. A alienação parental, hoje, é crime. Seus pressupostos estão presentes em uma lei que veio para assegurar os direitos da criança e garantir um desenvolvimento físico e psicológico saudáveis.            

Um pai amoroso e presente é aquele que está atento às necessidades físicas e emocionais da criança que cultiva um forte laço afetivo, sabe colocar limites de forma segura. De acordo com Janari ele é capaz de reconhecer sua humanidade ao admitir seus erros e pedir desculpas, e não tem receio de mostrar suas emoções, incluindo o choro.

Pais, curtam os momentos em que estão juntos com seus filhos. A infância passa em um piscar de olhos, por isso, riam e se divirtam. Não há melhor receita!

Fonte: Karen Kaufmann Sacchetto

Karen Kaufmann Sacchetto

Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento;Especialista em Distúrbios de Aprendizagem;Psicopedagoga;Pedagoga;Consultoria pedagógica e Tutoria ed...

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